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“Tinha uma pedra no meio do caminho

Tinha uma pedra no meio do caminho

Tinha uma pedra

No meio do caminho

Tinha uma pedra no meio do caminho...

 

Carlos Drummond de Andrade

À época de resolver o “que queremos ser...” bate uma dúvida, mesmo sem querer, que escolheremos uma profissão que nos garantirá sucesso, prestígio e vida financeira tranquila.

 

Ou ouvimos, “não escolha isso porque não lhe dará futuro...” “aproveite o que sua família já tem e dê prosseguimento.”

Enfim, por vezes, não sabemos nem o quê nossa família tem, quanto mais o que seria o dar o prosseguimento.

 

Olhando para a minha vida, chego, hoje, com quase 38 de formada e tenho a certeza de que não poderia ter me dedicado a outra profissão.

 

Aprendi que por melhor que seja a “Faculdade” (no meu tempo falávamos assim e sempre foi a mais conceituada) ela nos dará o caminho, as fontes para colocarmos em prática o que nossos ilustres mestres estão nos ensinando.

 

E assim, se foi... Tive o privilégio de ser orientada pelos melhores como Drs. José Carlos Barbosa Neto, Sérgio Cavalieri Sylvio Capanema, Laerson Mauro, Paulo Sérgio Fábião, Mario Rebelo,  Gilberto Povina Cavalcanti e tantos outros, atualmente Desembargadores.

 

Desde o início, mesmo antes de começar o estágio obrigatório, fui prestar serviços como “estagiária” na Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, aprendendo na prática e exercendo a defesa dos direitos autorais – era um direito especialíssimo à época, contando com muito pouco proteção legal.

 

Em 1980, já com a obrigatoriedade do estágio, tive o privilégio de integrar a bancada de estagiários sob a coordenação do Ilustre Defensor Público Mario Bagueira Leal, com quem aprendi tudo, desde de como se atender um cliente. Cumulávamos 3 cartórios e atendíamos uma média de 100 pessoas por dia, trazendo diversas tarefas para serem feitas para o dia seguinte.

 

Formada, diploma na mão, continuei na Sociedade de Autores, agora como advogada, atuando não só em direito autoral, mas também em direito de família, sucessão e mais alguns institutos do direito civil – que foi desde o início a minha escolha.

 

Mais tarde saí esta Sociedade para um caminho solo.

 

Por convite do Conselho Diretor que foi eleito nesta Sociedade, mais tarde voltei como gerente administrativa e advogada em algumas causas, mas continuando com minha atividade liberal.

Importante frisar que desde os idos de 1978, o estudo, inicialmente na “faculdade” e as palestras, seminários, convenções sempre foram essenciais para a minha formação. Não podemos pensar que ao colarmos graus, estamos aptos para a resolução de conflito.

 

E resolução de conflitos é o cerne da questão, por isso ter começado com um trecho do poema do iluminado poeta Carlos Drummond de Andrade.

 

Tenho a plena convicção (ou não?) de que sou uma resolvedora de problemas. O tempo inteiro. Trato de problemas entre pessoas e cada uma dessas pessoas merece e precisa de nossa atenção, pois o problema dela é o maior de todos; o mais complexo.

 

Estudei, me formei, continuo a estudar e mais e mais, porque a primeira grande questão é que aquela pessoa está me trazendo um problema e este problema, agora, é meu. Não quero dizer que vou mentir ou aumentar a questão. Estou dizendo que recebo cada um com o problema e junto com ela, vamos chegar a uma solução. Por vezes, essa solução não é boa, já que como elas não conseguiram resolver entre elas, haverá um terceiro (Judiciário) que irá decidir tecnicamente.

 

Atualmente contamos com outras formas de resolução de conflitos que é a conciliação, mediação e arbitragem. Mas, isto fica para mais tarde, quando tecerei algumas considerações.

Enfim... “tinha uma pedra no meio do caminho...” mas, ela só permanecerá até quando nós quisermos. É só dar um start!

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